quarta-feira, 21 de julho de 2010

21 de julho de 2010. Sou mulher, mãe, filha e ex-mulher.Portadora de transtorno bipolar e no momento, mal sabendo lidar com isso. Ando com muita vontade de escrever, às vezes, acho que sei sobre o quê, outras vezes não. No momento, mal sei o que fazer da vida. Só sei que a vida que levo, tem que acabar. Só não sei como recomeçar. Não penso em suicídio (talvez não seriamente), mas em como continuar a viver mesmo, me desfazer de uma vida que não me agrada mais, reconquistara alegria, e isso me parece estar muito longe. É como viver um pesadelo, só que acordada. Não daqueles que dão medo, mas daqueles que não causam mais do que estranheza. O que me segura à realidade, é minha filha, razão do meu viver.Não me desespero, apenas sofro em silêncio, por uma vida que agoniza. Meu ex marido transforma-me em amante e apenas confirmo o que sempre soube: essa vida não é pra mim... Hoje, vive junto com aquela por quem me traiu por longos nove anos. Essa situação me incomoda, mas é como se eu não conseguisse permanecer muito tempo longe dele. Às vezes, desejo que outro homem atravesse meu caminho... mas como despertar amor, se não sabemos mais como amar? É como se eu estivesse presa, e ao mesmo tempo livre. Mas, livre para quê? Apenas vejo os dias passarem, pra não dizer se arrastarem, sem nada de bom, nada que valha a pena... Na verdade, acho que ando bem "bipolar", às vezes caio e me arrasto... em outros momentos, me encho de coragem... mas nada consigo fazer que mude minha situação. Então, caio denovo... num círculo vicioso e lento. Quem me vê não percebe meu estado de ânimo. Ainda bem, todos andam tão cheios de problemas, de fato. Se soubessem, me olhariam com aquela cara de "tá reclamando de quê?". Sei que a vida é difícil para todos. Só que pra uns mais do que pra outros. Meu psiquiatra diz que eu devo me aproximar da realidade, fazer mais coisas... mas de que jeito? Pra se poder fazer alguma coisa é preciso no mínimo ter dinheiro pra isso, que é outra coisa que não tenho no momento. Me sinto uma "chorona" escrevendo tudo isso, mas era preciso que eu fosse fiel ao que sinto... Quem sabe, amanhã, tudo melhora...